Bem-aventurada Irene Stefani: “Nyaatha”, mãe toda misericórdia
Publicamos aqui um resumo do artigo em que o Padre Jaime C. Patias, IMC, escreve, neste 31 de outubro, uma bela reflexão sobre a Bem-aventurada Irene Stefani, Missionária da Consolata, cuja vida simples, generosa e profundamente missionária tornou-se sinal vivo de misericórdia, paz e santidade.
Neste dia em que a Igreja celebra sua memória litúrgica, recordamos a figura luminosa de Irene Stefani, chamada pelo povo africano de “Nyaatha”, expressão que em kíkuyu significa mãe toda misericórdia. Sua história é uma verdadeira parábola do Evangelho vivido na doação diária e silenciosa.
Uma vida inteiramente para Deus e para os outros
Nascida em Anfo, norte da Itália, em 22 de agosto de 1891, Irene foi uma das primeiras religiosas a ingressar na Congregação das Missionárias da Consolata, fundada por São José Allamano. Desde jovem, demonstrou um coração generoso e decidido a seguir o chamado de Cristo.
Enviada à África em 1915, trabalhou inicialmente na Tanzânia e depois no Quênia, onde exerceu um intenso apostolado como educadora, enfermeira e catequista. Durante a Primeira Guerra Mundial, serviu como enfermeira voluntária da Cruz Vermelha, cuidando dos feridos e levando conforto espiritual aos que sofriam.
Em todas as circunstâncias, sua fé se traduzia em gestos concretos de amor. No contato com o povo simples de Gikondi, no Quênia, sua compaixão e doçura a tornaram conhecida como “Nyaatha”, a mãe que acolhe, consola e serve com ternura.
O milagre da “multiplicação da água”
O milagre que levou à sua beatificação, reconhecido pela Igreja em 2015, aconteceu em 1989, durante a guerra civil em Moçambique. Em meio a uma situação de cerco e escassez de água, famílias refugiadas em uma igreja começaram a beber da pia batismal.
Ao invocarem a intercessão da Irmã Irene, a água se multiplicou milagrosamente, sendo suficiente para matar a sede de todos e até banhar uma recém-nascida. O episódio, conhecido como o “milagre da multiplicação da água”, tornou-se símbolo da presença misericordiosa de Deus que continua agindo por meio de seus servos fiéis.
Uma missionária da paz e da consolação
Irmã Irene viveu com radicalidade a espiritualidade que aprendeu com São José Allamano:
“Só Jesus! Tudo com Jesus. Nada de mim… Toda de Jesus. Tudo para Jesus.”
A sua vida foi expressão da plenitude da paz – significado do seu próprio nome, Irene. Em tempos de guerra e sofrimento, ela levava reconciliação e esperança. Sua missão entre os povos africanos mostrou que a evangelização nasce do amor concreto, da escuta e da compaixão.
Foram mais de 4.000 batismos, incontáveis visitas às aldeias e uma vida inteira tecida na caridade e na fraternidade. Irene Stefani é, ainda hoje, um modelo de santidade missionária e de fé encarnada no serviço.
Um testemunho para o nosso tempo
A Bem-aventurada Irene Stefani nos convida a viver a fé de modo simples, misericordioso e comprometido com a paz. Num mundo ferido por guerras e divisões, o seu exemplo é um apelo à esperança e à reconciliação.
Leia o texto completo sobre a vida e a espiritualidade da Bem-aventurada Irene Stefani aqui.