CNBB dá início à sua 61ª Assembleia Geral em Aparecida

10 de abril de 2024

Participam fisicamente 442 bispos na Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Por Assessoria de Imprensa CNBB

O Secretário de Estado Vaticano, cardeal Pietro Parolin, e o arcebispo de Porto Alegre (RS) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), foram os convidados à primeira coletiva de imprensa da 61ª Assembleia Geral da CNBB que acontece em Aparecida (SP), de 10 a 19 de abril de 2024.

Diretrizes em sintonia com o Sínodo
CNBBDom-Jaime-coletiva-300x200Uma assembleia que dom Jaime Spengler considera um desafio e um privilégio conduzir, numa das maiores conferências episcopais do mundo, com 486 bispos, dos quais 168 são eméritos e 318 titulares e auxiliares. Da assembleia, participam fisicamente 442 prelados.

O presidente da CNBB lembrou aos presentes o tema central da 61ª Assembleia, que será a elaboração das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, em sintonia com as novidades que o Sínodo sobre a Sinodalidade trará após a segunda sessão da assembleia no próximo mês de outubro.

Dom Jaime disse que as diretrizes deverão estar em sintonia com aquilo que a Igreja no mundo está refletindo, mas sem perder de vista e prestar atenção à realidade social, econômica, política do Brasil, e também eclesial.

Tema do Retiro: Caminho Sinodal
O cardeal Pietro Parolin foi convidado pela CNBB para orientar o retiro dos bispos, que terá como tema o caminho sinodal, a sinodalidade, sob três substantivos: comunhão, participação e missão. Segundo ele, o caminho sinodal deve estar presente em todos os cristãos, todos são chamados à missão, ao testemunho missionário.

O Secretário de Estado Vaticano disse estar muito contente por poder encontrar de novo os bispos brasileiros, com quem já dialogou durante as visitas Ad Liminas. O purpurado lembrou que na chegada ao Brasil se encontrou com o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, algo que explicou como parte das relações diplomáticas entre os países, tratando temas comuns entre o Vaticano e o Brasil, destacando o tema da paz, e junto com isso o acordo Santa Brasil Sé, como implementar esse acordo e temas como a pobreza e a evangelização.

Parolin disse estar impressionado pelo número de bispos no Brasil e seu empenho na evangelização, um desafio diante da crescente secularização na América Latina, com um número crescente de pessoas que vivem como se Deus não existisse. Frente a isso ressaltou a importância do papel da religiosidade popular, considerando a coerência entre fé e vida como grande questão, o que mostra a importância do testemunho como um dos grandes temas da evangelização. Igualmente, o cardeal destacou que a dimensão social é uma parte fundamental da evangelização, considerando a transformação social como algo de fundamental importância, aspectos que fizeram parte da pauta da reunião com o presidente Lula.

Questionado sobre a conversação no Espírito, uma metodologia que estará presente na 61ª Assembleia Geral da CNBB, o cardeal Parolin disse que algo que foi iniciado em Roma está se espalhando por toda a Igreja. Ele destacou as novas tecnologias como novos areópagos e em relação à evangelização dos jovens, insistiu na necessidade de escutar e acompanhar pessoalmente, de um método prático, sem grandes verdades e princípios, dado que o importante são os atos, a caridade.

Promover a vida de todos: desafio da Igreja

Padre Arnaldo Rodrigues, assessor de Comunicação da CNBB, fez a mediação da coletiva.
O dinamismo evangelizador é muito forte no Brasil, segundo dom Jaime Spengler, que ressaltou o grande engajamento, com comunidades constituídas de gente empenhada, dedicada, que pauta a ação do cotidiano pelo Evangelho. Isso em um contexto social que nos desafia, com situações de violência, desemprego, falta de atenção com a saúde, sobretudo dos mais frágeis, que demanda a atenção da Igreja, inspirada no princípio evangélico: “eu vim para que todos tenham vida e vida em abundância”.

O presidente da CNBB colocou como desafio da Igreja cuidar e promover a vida de todos e não só de alguns, insistindo em que a vida de fé acontece na comunidade. Em uma sociedade com mudanças culturais muito rápidas, ressaltou o desafio de propor o evangelho às novas gerações como desafio das diretrizes, dado a estrutura mental diferente nas novas gerações. “Se faz necessário que a Igreja se faça próxima e assim despertar nos jovens o desejo de compreender e participar da comunidade”, sublinhou dom Jaime Spengler.

Colaboração padre Luiz Modino (Regional Norte 1) | Comunicação 61ª AG CNBB

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