COP30 inspira mobilizações pelo clima em diversos países — de Belém a Lisboa

Às vésperas da COP30, marcada para novembro em Belém (PA), movimentos e comunidades em várias partes do mundo promovem ações e debates para reforçar a urgência de decisões concretas sobre o futuro do planeta.

Por Redação

A contagem regressiva para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que acontece de 10 a 21 de novembro de 2025 em Belém, no Pará, já movimenta grupos, igrejas, universidades e organizações em todo o mundo.
Com o tema central voltado à transição justa e à proteção da Amazônia, a COP30 é vista como um dos encontros mais decisivos da década — e está servindo de inspiração para uma série de mobilizações globais que buscam conectar a ação local às decisões internacionais.

O Brasil no centro das atenções globais

Pela primeira vez, a Amazônia será palco de uma conferência do clima da ONU. O governo brasileiro espera receber mais de 70 mil participantes, entre chefes de Estado, cientistas, ativistas e representantes da sociedade civil.
Segundo o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, o país pretende apresentar na COP30 novas metas de redução de emissões, reforçar compromissos de proteção da floresta e defender um financiamento climático mais justo para os países do Sul Global.

A ministra Marina Silva destacou recentemente que a escolha de Belém “é um reconhecimento do papel da Amazônia como coração climático do planeta”. A expectativa é de que a conferência estabeleça mecanismos mais eficazes para conter o desmatamento e acelerar a transição energética.
(Fontes: Governo do Brasil e UNFCCC, 2025).

Mobilizações locais pelo mundo

Inspiradas pela conferência, diversas comunidades religiosas, ambientais e acadêmicas têm promovido eventos de reflexão e oração pelo planeta.
Na Europa, o grupo Cuidar da Casa Comum, ligado à Paróquia de Santa Isabel, em Lisboa, realiza nesta quinta-feira, 6 de novembro, o encontro “Os incêndios rurais, a emergência climática, a COP30 e nós”.
O debate contará com a presença da jornalista Clara Barata (Público), do pesquisador Francisco Cordovil (ISCTE) e do economista e ambientalista Pedro Barata, reunindo cidadãos interessados em compreender como a crise climática global se manifesta em Portugal — especialmente por meio do aumento dos incêndios rurais.

Além da conversa pública, o grupo organiza, de 3 a 8 de novembro, momentos de oração, poesia e silêncio em frente à Igreja de Santa Isabel, em solidariedade com as populações mais afetadas pelas mudanças climáticas e em apoio às decisões que serão discutidas na COP30.

Segundo a integrante Ana Loureiro, “há muita informação e também muita desinformação. Queremos ajudar as pessoas a compreender melhor os desafios e a agir com esperança”.

Portugal também sente os efeitos da emergência climática

Em 2025, Portugal enfrentou novamente uma temporada crítica de incêndios rurais.
Até o fim de agosto, o país já havia registrado 7.042 ocorrências e mais de 254 mil hectares queimados, de acordo com o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
As autoridades atribuem o agravamento dos fogos à combinação de temperaturas elevadas, baixa umidade e ventos intensos — condições diretamente associadas ao aquecimento global

Um chamado à ação global e pessoal

As iniciativas em Lisboa, assim como outras mobilizações pelo mundo, expressam o espírito da encíclica Laudato si’, do Papa Francisco, que inspira ações ecológicas e solidárias em diversos continentes.
O grupo português lembra que “cuidar da Casa Comum é também cuidar da paz” e reforça que a conversão ecológica precisa ser individual, comunitária e global.

De Belém a Lisboa, a mensagem é a mesma: o planeta precisa de compromissos corajosos, e o tempo para agir é agora.

Fontes: Governo do Brasil – Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), Jornal 7Margens, outubro de 2025, Fátima Missionária, outubro de 2025, Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais (SGIFR), 7Margens e Fátima Missionária, 2025, ICNF e SGIFR, 2025.