Igreja lança diretrizes para implementar o Sínodo em todas as dioceses do mundo

08 de julho de 2025

Publicação oficial divulgada no último sábado, 6 de julho, detalha orientações práticas para tornar concreta a vivência da sinodalidade nas comunidades locais.

Por Redação

A Igreja Católica iniciou a fase de implementação do processo sinodal com a publicação do documento Traços para a fase de implementação do Sínodo, lançado pela Secretaria Geral do Sínodo no último sábado, 6 de julho. O texto fornece orientações práticas para que dioceses, paróquias, comunidades e organismos eclesiais em todo o mundo coloquem em prática os frutos do caminho sinodal iniciado em 2021, sob o tema “Por uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão”.

A nova etapa sucede os anos de escuta do povo de Deus e as duas sessões da Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos (realizadas em outubro de 2023 e outubro de 2024), e tem como base o Documento Final aprovado no encerramento da segunda sessão. De acordo com o texto, o objetivo é iniciar uma transformação concreta da vida e da missão da Igreja, renovando práticas, estruturas e relações a partir da escuta, do discernimento comunitário e da corresponsabilidade eclesial.

“Toda mudança na vida da Igreja tem o objetivo de torná-la mais capaz de anunciar o Reino de Deus e testemunhar o Evangelho do Senhor para os homens e mulheres do nosso tempo”, afirma o documento, que alerta para a urgência de não perder o impulso gerado ao longo do processo.

Diretrizes e calendário

A fase de implementação se estenderá até outubro de 2028, culminando com uma Assembleia Eclesial no Vaticano. Até lá, as dioceses deverão percorrer um caminho dividido em etapas:

  • 2025–2026: implementação nas Igrejas locais;

  • 2027: assembleias de avaliação nas dioceses, conferências episcopais e agrupamentos continentais;

  • 2028: assembleias continentais e, em outubro, a Assembleia Eclesial no Vaticano.

No âmbito formativo e espiritual, destaca-se ainda o Jubileu das equipes sinodais e dos organismos de participação, que ocorrerá de 24 a 26 de outubro de 2025, durante o Ano Jubilar.

Protagonismo das Igrejas locais

O documento reforça que a implementação depende do compromisso direto das Igrejas locais, sob a responsabilidade dos bispos diocesanos ou eparquiais. A eles cabe iniciar, acompanhar e validar localmente os caminhos sinodais, sempre com o apoio das equipes sinodais, conselhos pastorais e outros organismos de participação.

A fase é descrita como um tempo de discernimento pastoral e de escuta ampla, inclusive das pessoas e grupos que estiveram à margem do processo. Também são incentivadas novas formas de atuação nos campos da educação, saúde, assistência social, ambientes digitais e na integração com comunidades migrantes e excluídas.

Prioridades destacadas

Entre os principais focos da fase de implementação estão:

  • Promoção da espiritualidade sinodal como base da ação pastoral;

  • Fortalecimento dos organismos de participação previstos pelo Direito Canônico;

  • Incentivo à liderança de leigos, incluindo mulheres e jovens;

  • Práticas de escuta, avaliação e prestação de contas;

  • Renovação da ação pastoral paroquial e missionária;

  • Valorização dos ministérios não ordenados;

  • Diálogo ecumênico e inter-religioso;

  • Compromisso com a justiça social e a ecologia integral.

As decisões locais deverão sempre estar alinhadas com o Documento Final, que foi entregue à Igreja pelo Papa Francisco em novembro de 2024 e é reconhecido como parte do magistério ordinário da Igreja.

Continuidade e missão

Com a morte do Papa Francisco e a eleição do Papa Leão XIV, em maio de 2025, o caminho sinodal ganhou novo impulso. O atual pontífice reafirmou a continuidade do processo e destacou, em sua primeira audiência com o Conselho do Sínodo, que a Igreja “deve estar de braços abertos a todos, promovendo o diálogo e a caridade”.

A Secretaria Geral do Sínodo será responsável por coordenar o processo de implementação ao longo do quadriênio 2025–2028, apoiando dioceses, estruturas continentais e grupos de estudo teológico e pastoral.

TOQUE AQUI e acesse o Documento Oficial disponível

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