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Família Consolata

Os santos animam a esperança das novas gerações

Irmã Filomena Argese, Filha de Maria Auxiliadora, realizou um trabalho com os seus alunos na Escola Primária Paritária Santa Teresa em Martina Franca, Província de Taranto, Itália sobre São José Allamano, fundador dos Institutos Missionários da Consolata.

(Veja o trabalho original feito pelas crianças)

Em outubro de 2024, por ocasião de sua canonização, ela organizou com as crianças da 1ª à 5ª classe uma “Maratona” sobre o evento que incluiu também os pais dos alunos. O material produzido pelos estudantes, incluindo aqueles sobre o milagre que causou a Canonização de São José Allamano, a cura do indígena Yanomami Sorino foram enviados à aldeia Yanomami, em Catrimani, estado de Roraima, Brasil. Trazemos o material produzido pelos alunos desta mesma escola que motivados por Irmã Filomena Argese, há alguns anos desenvolvem um trabalho de cuidado pela natureza e de postura ecológica, tendo como inspiração a vida e o trabalho missionário de Irmão Giuseppe Argese, Missionário da Consolata no Quênia.

Irmã Filomena Argese, FMA. Foto: Arquivo Pessoal

Por Filomena Argese

Sou Irmã Filomena Argese, Filha de Maria Auxiliadora desde 6 de agosto de 1978.

Estudei com Maria Marangi (que se tornou depois Irmã Missionária da Consolata) em Martina Franca com as irmãs de Maria Auxiliadora, cursando o magistério e depois já como irmã, frequentei a Faculdade de Ciências da Educação em Roma/ Auxilium, sob gestão das Irmãs da Consolata.

Sou uma Irmã que ama as crianças, a escola, a comunidade, a Igreja, a humanidade. Além disso, eu gosto de “dar a voz” às crianças nas diversas atividades que a escola propõe: por exemplo, concursos, maratonas, conhecimentos de personagens históricas da Vida Cristã, da Bíblia, do Evangelho.

Eu gosto de fazer com que os alunos se expressem através de pensamentos, desenhos, trabalhos vários também a nível tecnológico, pelos quais me alegro cada vez que possam conhecer um novo modelo de vida.

Neste caso no mês missionário de outubro de 2024, conhecemos melhor São José Allamano através de muitas atividades, para preparar o evento de sua canonização em 20.

Em Martina Franca temos os Missionários da Consolata que celebram a Eucaristia em nossa Comunidade de irmãs Salesianas. Antes viviam aqui também as Missionárias da Consolata, sendo que através deles e delas os jovens, as crianças têm uma oportunidade de conhecer seja a realidade local como também a realidade mundial.

Foi também através de São José Allamano que há alguns anos chegamos a conhecer muito bem o Irmão Giuseppe Argese, que é nascido aqui em Martina Franca.

Graças à Associação “A Nova África da Consolata” que promove a cada ano um Concurso sobre a Obra do Irmão Argese, fizemos não só estudos e pesquisas, mas valorizamos o seu trabalho pela descoberta da água em lugares áridos, o que proporcionou o dom da água para tantas milhares de pessoas. A participação nos concursos permite às crianças, que são muito abertas para aprender tantas coisas a prepararem-se para a vida com um olhar diferente, com um horizonte cheio de esperança, com uma alegria que lhes permite ter uma vida melhor, de estarem bem e de também empenharem-se a fazer o bem para os outros.

Com o Concurso sobre a Igualdade, descobrimos Sorino, o jovem índio Yanomami que recebeu o milagre, conhecemos a Irmã Felicita, Missionária da Consolata que residia na aldeia Yanomami por ocasião do milagre e o grande santo, São José Allamano.

*Filomena Argese, Filha de Maria Auxiliadora, Irmã Salesiana de Martina Franca, Taranto/ Itália.

Família Consolata

Quem foi o Irmão Argese?

Giuseppe Argese nasceu em Martina Franca, em 1932. Aos 15 anos começou a trabalhar como aprendiz de pedreiro. Participava ativamente da Paróquia São Francisco de Assis, onde conheceu os Missionários da Consolata.

Em 1953 ingressou na Congregação Religiosa como Irmão. Em 1957 partiu em missão para o Quênia dedicando-se à construção de Igrejas e Obras Sociais. Faleceu em 20 de setembro de 2018. Foi chamado de “São Francisco da África” pela sua bondade e pela água que levou a tantas pessoas necessitadas.

O Aqueduto de Tuuru

Em 1959, ele iniciou o planejamento e a construção de um sistema de abastecimento de água que transformou a vida de milhares de pessoas. Assim nasceu o aqueduto de Tuuru, uma obra que impressionou a todos: 250 km de tubulações, dezenas de cisternas, milhares de pontos de distribuição. Todos os dias são fornecidos quase quatro milhões de litros de água para 250 mil pessoas e para 40 mil animais, ovelhas e cabras.

Reconhecimentos

Pelos 60 anos de serviço no Quênia, Irmão Argese recebeu inúmeros reconhecimentos de Instituições internacionais.

Em junho de 1999, em Nova Iorque, foi condecorado pelas Nações Unidas com o prestigioso prêmio “Path to Peace” (Caminho para a Paz) pelo seu compromisso com o desenvolvimento e a paz no mundo. Recebeu também o título de “Servitor Pacis” (Servo da Paz).

Obrigado Irmão Argese por ter construído o aqueduto no Quênia e por ter levado água a tantas famílias. As situações em que vivemos hoje – pandemia, guerras, mudanças climáticas- nos fazem refletir. O cuidado com a criação, a solidariedade e o respeito aos direitos humanos são o único caminho para um desenvolvimento sustentável e para a paz. 

Essa visão o Irmão Argese já tinha desde o início: ele ofereceu sua vida à terra que o acolheu e sonhou com um projeto capaz de aliviar o sofrimento das populações castigadas pela seca e pela falta permanente de chuva.

Moretti, Alessandra – 5ª Série

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