Papa Francisco pede aos cristãos que

01 de setembro de 2020

Após destacar que os países ricos têm "uma dívida ecológica" com os mais pobres pela exploração injusta de seus recursos, o papa Francisco implorou aos fiéis que "não depredem o planeta". O pedido foi feito através de um vídeo divulgado nesta segunda-feira (31) pelo Vaticano.

O pronunciamento era para marcar a Jornada Mundial da Oração pela Criação, que acontece no mês de setembro. O papa argentino aproveitou para pedir a conscientização dos cristãos para o grave problema ecológico que assola o mundo. "Estamos espremendo os bens do planeta", lamentou o pontífice.

Autor da encíclica "Laudato Si" para a defesa do planeta Terra e de seus habitantes, o papa denunciou a depredação e exploração dos recursos naturais cometida por muitos países ricos e empresas multinacionais. "Fazem lá fora o que não permitem que seja feito nos seus", lamentou.

O pontífice pediu uma oração para que esses recursos "não sejam depredados, mas para que sejam distribuídos de maneira justa e respeitosa", disse. "Não à depredação, sim à distribuição", pediu o chefe da Igreja Católica.

Segundo o diretor internacional da Rede Mundial de Oração, padre Frederic Fornos, o pedido do papa foi feito na ocasião do quinto aniversário da encíclica "Laudato Si".

"O ano de 2020 é o ano do quinto aniversário desta encíclica dedicada ao cuidado da casa comum. Hoje, mais do que nunca, temos que escutar esse grito e promover concretamente, com um estilo de vida pessoal e comunitário sóbrio e solidário, uma ecologia integral", afirmou.

Números da fome

O religioso também lembrou que, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 821 milhões pessoas "dormem com fome todas as noites". "Não é por falta de alimentos, é o resultado da profunda injustiça que envolve a produção de alimentos e a sua disponibilidade", explicou.

Apenas 1% da população mundial tem mais que o dobro da riqueza dos 99% restantes, observou a Rede Mundial de Oração do papa. Metade da humanidade vive com US$ 5,5 por dia e cerca de 2,2 bilhões de pessoas não têm acesso à água potável, destacou a entidade.

Fonte: RFI /REUTERS - VATICAN MEDIA

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